CRÍTICA: “A VIAGEM DE CHIHIRO” – SENSIBILIDADE EM TEMPOS DE GANÂNCIA. [CRÍTICA]
Por: Ricardo Árcoli
A ordem do dia é? FICAR EM CASA. SIM, TEMOS DE FICAR EM CASA. E por isto a indicação de hoje é de um filme lindo e cheio de simbolismos ao melhor estilo de “Alice no País das Maravilhas” e “O Mágico de Oz”.
Sinopse: Chihiro e seus pais estão se mudando para uma cidade diferente. A caminho da nova casa, o pai decide pegar um atalho. Eles se deparam com uma mesa repleta de comida, embora ninguém esteja por perto. Chihiro sente o perigo, mas seus pais começam a comer. Quando anoitece, eles se transformam em porcos, enquanto misteriosos seres começam a surgir do nada. É o início da jornada de Chihiro em um mundo fantasma, povoado por seres fantásticos, no qual humanos não são bem-vindos.
Eu nunca havia assistido nada a respeito do Studio Ghibli mas pela abençoada insistência de em amigo, decidi assistir a esta obra prima de sensibilidade e de um visual fantástico. Uma das melhores animações que assisti nos últimos tempos, o apelo adulto aqui é maior e se faz presente em várias camadas, mas envolve qualquer faixa etária por contar com um roteiro riquíssimo mas de fácil compreensão (o que não tira a complexidade das outras camadas), o que atrai e encanta as crianças – grande sacada do diretor Hayao Miyazaki!!!
O filme trata de temas como identidade, amadurecimento, negação pessoal e contraste do Japão antigo com o capitalismo selvagem dos novos tempos, mas não criticando como um todo, apenas mostrando os dois lados e nos deixando refletir sobre a nostalgia do antigo e as novidades dos novos tempos, sem agredir nem um e nem outro. E você não se preocupa com o que vai acontecer, já que a trama corre como um rio, e o que se passa na vida e na cabeça de Chihiro, é tão inesperado quanto a mente de uma criança de 10 anos pode ser, isto é magnífico, ser levado totalmente pela estória!
Temos uma produção onde a personificação da gentileza em um mundo regido pela soberba e ganância nos dá uma importante lição: Gentileza, bondade e coragem te levam onde você quiser chegar! Existe uma outra teoria sobre o filme bem menos poética mas não sei se pode ser levada a sério. Nela, temos a metáfora sobre o problema da prostituição infantil ao mostrar que Chihiro vai trabalhar na casa de banho para pagar as dívidas dos pais, situação que leva muitas garotas à prostituição. Dentro da casa de banho, ela é batizada com outro nome, da mesma forma que acontecia com as prostitutas da era ou período EDO, que após o período comercial, faziam alguns trabalhos extras para os clientes. Bom, apesar de forçada, a teoria existe e acredite quem quiser, mas acho que não se encaixaria com o resto do contexto da estória. Bom, fica a dica deste filmaço que merece e deve ser assistido, de preferência com a família, após lavar as mãos e passar álcool em gel em todas as articulações, ok? Um abraço!!!!!
Ficha Técnica:
Título: 千と千尋の神隠し (Original)
Ano : 2001
Dirigido por: Hayao Miyazaki
Tempo: 125 minutos
Classificação: Livre
Gênero :
Animação, Anime ,Aventura,Drama
País: Japão