CRÍTICA: “O GRITO 2020” – MAIS SEM SAL QUE COMIDA DE HOSPITAL! [CRÍTICA]
Por: Ricardo Árcoli
“Quando uma pessoa morre tomada por uma raiva, nasce uma maldição.”
Em tempos de Remakes, Reboots e franquias quilométricas, um ótimo representante de toda esta reanimação é sem dúvidas, O GRITO. Quem não se borrou ao ouvir aquele grunhido irritantemente perturbador da fantasmagórica Kayako, que mais parecia um encanamento antigo? Pois é, nesta nova história tem grunhido, mas não tem Kayako!
Confesso que estava com um pinguinho de esperança nesta produção, pois levei fé no diretor Nicolas Pesce, do ótimo “Os Olhos de Minha Mãe” – inclusive recomendo demais – mas aqui ele não conseguiu entregar uma identidade apropriada ou mesmo a sensação de nostalgia ao trabalho de Takashi Shimizu, diretor do original.
Se o filme é bem sucedido em algo, é na criação de uma atmosfera bastante sombria e depressiva e no gore intenso, digo se, pois chega uma hora que o tédio toma conta e somos levados a alguma outra distração ou mesmo, voltamos a pensar no coronavírus, já que a imersão passa longe nesta trama fraquinha de uma detetive e mãe solteira (Andrea Riseborough) que ao investigar uma série de mortes misteriosas, se depara com a fúria da maldição de um espírito que busca vingança.
A aposta ou a ideia de retirarem a dupla de Capirotos profissionais Kayako e Toshio deste remake do remake foi péssima, já que o som característico da entidade permaneceu nas novas vítimas da maldição, MAS….. não surtiram o mesmo efeito, pois o contexto é diferente. No caso da Kayako, era porque a moça foi morta ENFORCADA o que tira todo sentido do barulhinho irritante neste filme, concordam?
Com uma trama não linear, temos 3 histórias de pessoas que em épocas diferentes, tiveram contato com a maldição, que aqui, se encontra em uma casa “assombrada” mas que não assombra ninguém, pelo menos eu fiquei de boa enquanto constatava os apelativos jump-scares excessivos, um roteiro morno e atuações preguiçosas, mesmo com um elenco super competente como John Cho (Buscando) e Lin Shaye da franquia Sobrenatural que foi horrivelmente mal aproveitada aqui. É um filme repetitivo, trama lenta, efeitos barulhentos e incômodos e os possuídos pela maldição mais parecem zumbis que ora, tentam ser assustadores, ora testam a paciência das vítimas e –principalmente a nossa -em joguinhos de gato e rato que chegam a ser infantis de tão ruins. Uma pena!
Título: The Grudge (Original)
Ano produção: 2020
Dirigido por: Nicolas Pesce
Tempo: 94 minutos
Classificação: 16 anos
Países de Origem: EUA